O que entendo por poesia

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O que entendo por poesia, no campo da virtualidade, não está nas coisas de pegar, mas nas sutilezas escondidas pelos fantasmas e seres invisíveis. A poesia é uma lista de coisas elegantes – sinceras, eu diria – presentes nos ruídos e mantras das criaturas desoladas. Trata-se do corpo como coisa concreta e da existência imprecisa, mas firme, das folhas de papel, cujo aroma é o mesmo da pele . A poesia é o movimento virtual do corpo.
Está diretamente ligada à importância de existir. Compreende o lembrar, turvo e eterno, dos olhos, dos lábios, do sexo e do nome, honrando, assim, o rosto pintado. É precisamente de rostidade que falo aqui, sendo que “A palavra signficando chuva deveria cair como chuva” (do filme O livro de Cabeceira).
Poesia diz respeito ao excesso de sensibilidade quanto a despedidas, ao arrebatamento absoluto até a destruição e principalmente ao tratamento igualitário entre humano e página. Poeta é o ser que deixa-se mover pela tinta que circula por dentro e enlouquece de amor para o desespero do limite em palavras. Os poetas comem tinta como beijam a pele de seus papéis e desaparecem no ritual da efemeridade.
O mundo tem mania de esquecer-se da eficiência de um pincel e da importância de utilizá-lo no rosto. Poesia é lutar pela respiração dos poros, somente para, então, entupi-los com cor e toque. É quando o som do grito vem pelo silêncio e a figura pela deformação. A poesia ilumina os nervos, as perdições e a verdade nas coisas. É inútil, já que resiste à hostilidade. A virtualidade é durável e está no vento, ao contrário do que é de pegar.
O poetas estão, desta forma, condenados à vida e às explosões taciturnas de solidão. Posso soar romântica, mas falo apenas dos caramujos em buraco de muro, dos moleques descabelados que ocupam-se do caos e das árvores vadias que inspiram sem querer. Assim, falo apenas do mundo inteiro, sossegado e tímido em devir.

 

Francis Espíndola

 

Pedaço #1

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A sombra do conhecido conforto em
ruídos de não-querer

Um dia o mundo olhou-se no espelho e viu que era quadrado. Partiu-se em horror na consciência de não entender. O mundo correu para fora de nenhum lugar, pelos brejos da vida de gente grande.

Francis Espíndola

http://devir-silencio.blogspot.com/

Congada

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Congada: espécie de dança-cortejo, ocorre em diversas regiões do Brasil. Representam a coroação dos antigos reis do Congo (Africa).

A Congada é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil. Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas, e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

A lenda de Chico Rei revela que a origem das festas do Congado está ligada à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Segundo a lenda, Francisco, escravo batizado com nome de Chico-Rei, era imperados do Congo e veio para MInas Gerais com mais 400 negros escravos.

O congado também é conhecido como “congada” ou ” congo”, um festejo popular religioso afro-brasileiro mesclado com elementos religiosos católicos, com um tipo de dança dramática na coroação do rei do Congo, em cortejo com passos e cantos, onde a música é o “fundo musical” da celebração.

 

Congada em Passos

Ritual ofical do ano (terno com 60 pessoas)

NATAL 25/Dezembro – levantamento das Bandeiras da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário ( patrona e protetora dos negros), São José, São Domingos, São Benedito, Santa Efigênia e Menino Jesus. ps ternos saem em cortejo com rainhas e príncipes. Buscam o devoto para o pagamento de Promessa.

Primeiro/Janeiro – Baixa dos mastros e elege uma pessoa para a guarda da bandeira para o ano seguinte. O escolhido oferece uma mesa de alimentos ( almoço), para a entrega da bandeira.

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